Em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os municípios do Rio Grande do Sul e Brasil precisaram se adaptar a nova situação de muitas famílias que tiveram a renda comprometida em razão das medidas restritivas e o fechamento do comércio durante algumas semanas. Ainda que o governo Federal esteja proporcionando o auxílio emergência de R$ 600 por três meses, principalmente os trabalhadores autônomos e famílias de classe baixa sofreram e ainda sofrem o impacto com maior força, visto os negócios não alavancarem e os serviços deixarem de ser contratados.
Em Hulha Negra a situação não foi diferente e o município, através da Secretaria de Assistência Social precisou intensificar os trabalhos já realizados. Em entrevista ao Tribuna do Pampa, a secretária Elisete Brasil, a Maninha, destacou pelo menos quatro pontos importantes do período, desde doações de empresas, auxílio à comunidade nas solicitações do auxílio emergencial e organização da campanha do agasalho 2020.
DOAÇÕES – Uma doação importante destacada pela secretária foi a doação de 20 cestas básicas por parte do Mercado do Léo. Conforme Maninha, 20 famílias foram beneficiadas com essa doação, fator bastante importante e que possibilitou atender um maior número de pessoas. “Também foi feita uma triagem pela assistente social, que procurou destinar para aquelas pessoas ainda não contempladas com o auxílio emergencial do governo. Foi uma grande ajuda”, expõe.
Outro grande número de doações foi possível através do repasse, por parte da Secretaria de Educação, da merenda escolar que já havia sido adquirida para as escolas. Segundo Maninha, foram montadas cestas básicas e beneficiadas em um primeiro momento, 70 famílias de alunos.
AUXÍLIO EMERGENCIAL – Uma atenção especial foi disponibilizada como suporte para as pessoas solicitarem o auxílio emergencial de R$ 600. Segundo a secretária, equipes da Assistência ampliaram os horários para auxiliar as pessoas a se inscreverem e baixarem o aplicativo Caixa Tem. “Contamos também com o apoio direto do prefeito Renato que atendeu nosso pedido disponibilizando uma rede de wifi diretamente para o cadastro das pessoas. Temos uma grande parcela da população que não tem telefone atualizado para baixar o aplicativo, tínhamos que ajudar”, destacou a secretária, dizendo ficar muito feliz
MÁSCARAS – O decreto estadual torna obrigatório o uso de máscaras de proteção. Visando também atender aqueles que não têm condições de adquirir, estão sendo confeccionadas por voluntárias, máscaras em tecido e TNT – este doado pela JP Materiais de Construção- , na sede do Centro de Referência da Assistência Social (Cras). Mais de 100 máscaras já foram entregues à comunidade.
CAMPANHA DO AGASALHO – Começou nesta semana a Campanha do Agasalho 2020. Diariamente, o ginásio do Cras está aberto para que as famílias cadastradas possam ter acesso a peças do vestuário e calçados para atender suas necessidades. Somente no primeiro dia, mais de 4 mil peças foram entregues às famílias.
LEI DO SACOLÕES – Através de uma lei municipal, cerca de 80 famílias são beneficiadas mensalmente com cestas básicas. O auxílio, conforme explica Maninha, é realizado em qualquer período conforme a necessidade da comunidade. “Temos o sacolão social, destinado para famílias maiores e o sacolão individual, quando é apenas um casal. Também temos a Lei do Benefício Eventual, que é quando a família está precisando por alguma eventualidade. A família passa por uma triagem e comprovando a necessidade por meio a ficha sócio-econômica, recebe o sacolão.
Um grupo que recebe auxílio direto é aqueles em tratamento oncológico. É através de recurso livre do município, por meio de licitação para compra dos alimentos”, explica a gestora. A cesta é composta por itens básicos e essenciais para a alimentação familiar, desde o açúcar e arroz, até o feijão e a farinha. Questionada de que forma é visto esse trabalho, Maninha lembra ser importante, pois “muitas vezes as pessoas tem vergonha de dizer que está precisando, mas é um direito delas por meio de lei”.
Questionada a avaliar o trabalho da Assistência, visto ainda não haver previsão para o término da pandemia, Elisete agradeceu a equipe e ao prefeito. “Tudo que solicitamos o prefeito libera. Vejo que as pessoas estão passando por uma situação diferente, estamos com os projetos parados, todos estão em casa, o que pode afetar o lado emocional das pessoas, e nossa estrutura está aqui para ajudar essas pessoas, nunca paramos de trabalhar”, afirma.
Solicitado a avaliar as ações do município, o prefeito Renato Machado lembra que Hulha Negra passa por duas situações graves de forma simultânea, a pandemia do coronavírus e a estiagem. “Além da Covid-19 que trouxe consequências para muitas famílias, também passamos pela estiagem, que afetou os animais e os produtos provenientes da terra até pela falta de água. Então as ações e programas sociais são importantes e imprescindíveis para as comunidades. Estamos muito próximos para dar o suporte necessário de forma que as pessoas não sofram tanto nesse período”, destacou o prefeito.