Hulha Negra aplica primeiras doses da vacina contra o coronavírus

O dia 20 de janeiro se torna histórico para Hulha Negra. Na manhã desta terça-feira, no Centro de Atendimento Integrado a Saúde (CAIS Hulha Negra), aconteceu a primeira aplicação da vacina contra o coronavírus. O município recebeu 20 doses da vacina que serão aplicadas nos profissionais de Saúde. Conforme a orientação do Estado, essas primeiras doses serão aplicadas nos profissionais da secretaria de Saúde (enfermagem, motorista do plantão, médicos e servidores responsáveis pela higienização), considerados linha de frente no combate a pandemia.

No total, oito profissionais de linha de frente ao combate da pandemia foram vacinados nesta manhã. 20 profissionais da área de Saúde receberão a dose da vacina. Já a segunda dose deve ser aplicada em 21 dias.

A servidora pública, Noêmia da Silva Carvalho, 65 anos, foi escolhida para ser a primeira pessoa do município a receber a vacina, em Hulha Negra. A servidora é funcionária do município desde 17 de fevereiro de 2000, e, há cerca de alguns meses, trabalha na higienização do CAIS Hulha Negra. “Fiquei muito feliz em ser escolhida para receber a vacina. É uma dose de esperança e desejo que ela (a vacina) chegue o quanto antes para toda a população. Por enquanto, vamos nos cuidando”, disse a servidora.

O prefeito de Hulha Negra, Renato Machado, comemora esta primeira fase de vacinação, porém enfatiza que a pandemia não acabou. “Hulha Negra recebeu 20 doses da vacina. Cada dose é importante porém, sabemos que é uma quantidade nada significativa. Contamos com mais de 80 profissionais de Saúde e que estão na linha de frente auxiliando no combate a pandemia. A vacina, literalmente, é uma injeção de esperança por dias melhores. Para isso, precisamos redobrar os cuidados para frear esse vírus. É uma luta diária e constante que só vamos vencer juntos adotando todos os protocolos de prevenção do coronavírus”, pontuou o prefeito.

O secretário municipal de Saúde, Volney Jorge, também alerta que a chegada da vacina não é o fim da pandemia. “Estamos contentes sim, porém, precisamos entender que essas 20 doses de vacina não significa que a pandemia está controlada. Precisamos do apoio da comunidade para redobrar os cuidados contra o coronavírus. Aproveito para esclarecer que não foi Hulha Negra que definiu a quantidade das doses da vacina e que a seleção dos vacinados é uma determinação do Ministério da Saúde”, enfatizou o secretário.

Representando o Comitê de Operações de Emergência - COE Hulha Negra, a enfermeira Carla Ruiz, destaca que “Essa vacina representa a vitória da ciência, onde houve a união de várias nações em prol da saúde do mundo. O homem não sabe fazer só guerra sabe também fazer o bem. A vacina não garante a imunidade total a pessoa , os cuidados e protocolos devem ser mantidos. A população precisa esperar. Mais doses virão e serão aplicada conforme determinação do Ministério da Saúde”.

O médico de Hulha Negra, Samuel Levy, linha de frente no combate ao coronavírus, alerta a população para que a prevenção nesta pandemia seja redobrada. “A vacina chega para trazer uma centelha de esperança para toda a humanidade, uma vez que foi comprovada sua eficácia contra a doença causada pelo sars-cov-2, a Covid-19. Ainda em tempo, vale ressaltar que a vacina não é um passe-livre para a população relaxar dos cuidados primordiais durante a pandemia, primeiramente porque ainda não foi comprovada a imunidade contra a infecção, isso quer dizer que a pessoa pode se infectar e também transmitir o vírus, e nesse contexto não podemos abrir mão do uso adequado da máscara, da lavagem frequente das mãos (com água e sabão ou álcool em gel 70%) e devemos manter também o distanciamento social, visto que a maior parcela da população ainda se encontrará sem ser vacinada”, explica e alerta o médico.

 

O Ministério da Saúde adquiriu e começou a distribuir na segunda-feira (18/1) quase 6 milhões de doses da CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac. Desse total, 341,8 mil doses foram enviadas ao RS. Portanto, neste primeiro momento, apenas a CoronaVac será aplicada.

Pesquisadores do Instituto Butantan, que liderou os testes com a CoronaVac no Brasil, divulgaram que a eficácia geral da vacina foi de 50,4% em voluntários que receberam duas doses com intervalo de 14 dias. O instituto também informa que a vacina foi 78% eficaz na prevenção de casos leves de Covid-19 e 100% em evitar quadros moderados e graves.

O laboratório Sinovac informou ainda que um estudo clínico com a CoronaVac realizado no Brasil mostrou que o imunizante foi mais eficaz em um pequeno grupo que recebeu a segunda dose do fármaco com um intervalo maior, chegando à taxa de proteção de 70% com um período de três semanas entre as doses.